Depoimento do ex-secretário do AM contradiz fala do ex-ministro da Saúde, que afirmou à CPI que só soube do problema no dia 10
O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo disse à CPI da Covid nesta terça-feira (15) que a secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, em visita a Manaus dias antes do colapso na cidade, deu ênfase ao tratamento com drogas sem eficácia para a Covid.
Campelo diz que avisou em 07 de janeiro a Pazuello da falta de oxigênio no AM
"No dia 4 de janeiro recebemos a dra. Mayra Pinheiro, na primeira reunião pela manhã 8 horas no auditório do Hospital Delphina Aziz, onde foi convocada, a sua assessoria convocou [...] e vimos uma ênfase da dra. Mayra Pinheiro, em relação ao tratamento precoce", afirmou Campêlo.
O chamado "tratamento precoce", defendido pelo presidente Jair Bolsonaro e aliados, envolve remédios que não têm eficácia contra a Covid, como a cloroquina.
O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo afirmou nesta terça-feira (15), durante depoimento na CPI da Covid, que avisou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, dos problemas da falta de oxigênio no estado no dia 7 de janeiro, três dias antes do que afirmou à comissão o ex-titular da pasta.
"Fiz uma ligação ao ministro Pazuello por telefone no dia 7 de janeiro. A partir daí nós tivemos contato por mensagens", contou Campelo.
Mayra Pinheiro deu depoimento na CPI em maio. Ela afirmou que o ministério nunca recomendou tratamentos para a Covid-19, apenas estabeleceu doses seguras para a utilização por médicos, que teriam autonomia para prescrevê-los.
Pouco depois da visita oficial que ela fez a Manaus, quando a cidade já dava sinais da segunda onda da pandemia, a capital amazonense viveu o colapso na saúde pública, com disparada de casos de Covid, falta de filas na UTI, escassez de oxigênio hospitalar e aumento no número de mortes.
Na sessão desta terça na CPI, a representante da bancada feminina, Eliziane Gama (Cidadania-MA) abordou o envio de hidroxicloroquina ao Amazonas.
Segundo a senadora, no dia 8 de janeiro, "Mayra Pinheiro envia 120 mil comprimidos de hidroxicloroquina".
O ex-secretário explicou que o estado estava com "o estoque zerado". Ele confirmou que o lote era para "tratamento da Covid". "Na rede estadual não faz atendimento precoce, não orientava uso da cloroquina para atendimento da Covid. Isso é ato médico, que cada um faz de acordo com sua opinião", disse o depoente.
O ex-secretário esclareceu que pediu a Pazuello nessa ligação apoio logístico para o transporte de oxigênio de Belém para Manaus. "Somente aeronaves militares poderiam fazer esse tipo de transporte."
A fala de Campelo contradiz
aquilo que foi declarado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na CPI. O ex-titular da pasta alega que soube do risco iminente de colapso no sistema público de saúde em Manaus (AM) em 10 de janeiro, quatro dias antes do colapso.
Campelo se licenciou do cargo no dia 7 deste mês depois de ser preso em uma operação da PF (Polícia Federal) no Amazonas. Ele é investigado por supostos desvios de verbas da Saúde durante a pandemia do novo coronavírus.
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fonte: https://g1.globo.com/politica/noticia/2021/06/15/ex-secretario-relata-enfase-de-mayra-pinheiro-por-tratamento-com-drogas-sem-eficacia-as-vesperas-do-colapso-em-manaus.ghtml https://noticias.r7.com/brasil/campelo-diz-que-avisou-pazuello-da-falta-de-oxigenio-em-7-de-janeiro-15062021
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